Está em ação o projeto “Bora lá: Educação Matemática para professores e alunos dos anos iniciais”, desenvolvido pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Matemática e Cultura Amazônica (GEMAZ) e pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Didática da Matemática (GEDIM) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semec) e com apoio da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da UFPA, o projeto tem levado oficinas, palestras e outras atividades de formação continuada às escolas municipais. Em novembro, o projeto alcança quatro escolas, duas da região continental e duas da região insular, e aproximadamente 50 professores.

 "Destituam a Má Temática”, articulando Matemática e Literatura na Escola Lauro Chaves.

No último dia 10, foram realizadas oficinas nas escolas Amália Paumgartten, no Guamá, e Rotary, na Condor, sobre integração do ensino, aprendizagem e avaliação a partir de jogos e materiais manipuláveis. Já nos dias 27 e 28 de novembro, em Mosqueiro, ocorreram atividades nas escolas Lauro Chaves e Remígio Fernandez, nas quais foram abordadas ações e aproximações da matemática com os alimentos, jogos e literatura.

 "O jogo e o ensino da matemática: vamos criar?”, elaborando jogos físicos para ensino-aprendizagem-avaliação, na Escola Remígio Fernandez.

“As atividades foram muito bem recebidas, com bastante expectativa sobre os temas, pois sabemos que contexto da matemática é uma coisa, mas trabalhar de forma concreta é outra. Ficamos encantados!”, comenta a diretora Cristiane Silva, da Escola Lauro Chaves. As comunidades escolares indicam que as ações e parcerias como essas são fundamentais. “É muito importante essa relação que a universidade tem com as escolas, para formação dos professores e qualidade do ensino. Com toda certeza vem somar e estamos de braços abertos para novas oportunidades”, destaca Karen Santiago, coordenadora pedagógica da Escola Amália Paumgartten.
 

"Operando com material dourado” com possibilidades de ensino-aprendizagem-avaliação a partir de materiais manipuláveis, na Escola Amália Paumgartten.

Os professores acreditam que a parceria da universidade com a escola sempre traz bons frutos para a comunidade. “Quando formadores vêm e compartilham, conseguimos ser menos inseguros para ousar nas práticas para ensino e aprendizagem. Saímos da repetição!”, comentou o professor Arnaldo Azevedo Filho, da Escola Lauro Chaves.

Sobre o projeto

O “Bora lá” é um projeto de extensão realizado por meio da articulação de diversas instâncias do Instituto de Educação Matemática e Científica (IEMCI). Os grupos de pesquisa e estudos envolvidos estão vinculados à Faculdade de Educação Matemática e Científica (FEMCI), ao Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas (PPGECM) e ao Programa de Pós-Graduação em Docência em Educação em Ciências e Matemática (PPGDOC).

“Merenda é... Tapioca, beiju e bolo de massa. Comam! Mas no limite!”, introduzindo pensamento de cálculo a partir da gastronomia regional na Escola Lauro Chaves.

A promoção das atividades nas escolas municipais oportuniza que a universidade se integre mais ainda às escolas, gerando experiências formativas tanto para os professores quanto aos pós-graduandos em nível de mestrado e doutorado. “Essa relação da universidade com a escola básica advém de pesquisas desenvolvidas, mas também do contexto formativo dos professores, por meio de transposição didática do que se pesquisa e, principalmente, do contato com o chão da escola, ou seja, com as práticas e experiências dos professores que vivenciam à escola”, explica a professora doutora Isabel Lucena, coordenadora do projeto.

“O jogo e o ensino da matemática: vamos criar?” na Escola Rotary.

Entre as metas das atividades do projeto, está a melhoria dos processos de ensino, aprendizagem e avaliação em matemática, mas também a formação de professores e pesquisadores sensíveis às ações extensionistas e atentos à importância da formação continuada. “Essa troca é fundamental para qualificação de mestres e doutores que atuarão no Ensino Superior e formaram novos professores”, complementa.

“Invertendo a sala de aula”, apresentando conceitos e ferramentas sobre aula invertida e avaliação, na Escola Rotary.

Em 2024, as ações do projeto continuarão e serão expandidas. Além de novas escolas em Belém, estão previstas idas aos municípios de Abaetetuba e Bragança, visando alcançar a meta de, no mínimo, 100 professores. A proposta formativa é feita por meio um portfólio de atividades à disposição da comunidade escolar, sendo escolhidas de forma colaborativa pelos professores e pesquisadores.